Aproveito o gancho de assuntos fashionistas (vocação inata da criadora do veículo em que vos falo) do blog, pra comentar do novo filme do queridíssimo Tom Ford, que eu tive o prazer de assistir semana passada numa projeção quase perfeita no Kinoplex Itaim.
Filme conta basicamente a história de George(Colin Firth), um professor gay de literatura inglesa que perde seu companheiro depois de 16 anos de convivência num acidente de carro. George planeja sua própria morte e tenta execultá-la durante boa parte do filme, proporcionando momentos daqueles de reflexão que só filmes retratam e deixando o espectador flutuando na cadeira, pela incerteza. Mas isso não faz, em absoluto, com que temamos um final trágico, ao contrário, Tom Ford faz com que as tentativas do personagem de Firth de dar cabo da própria vida, sejam os únicos respiros de alegria num filme que fala de vidas infelizes. como a de Julianne moore - que reparem em seus braços - começa a sentir a idade, o que também não afeta em nada sua interpretação, eu ouso dizer que em uma escala menor somente temos uma candidata a Meryl Streep. A personagem Loser não se conforma de não ter conseguido conquistar George quando eles se conheceram 20 anos antes e tem que viver com o fardo de tê-lo como amigo para o resto da vida, o que também não abala a amizade, apesar dos momentos de tensão. Para completar, temos uma participação de uma cena de Lee Pace(da série Pushing Daisies) e uma interação sugestiva até o fim da película, do personagem de Nicolas Hoult (O Tony da série Skins) com o personagem de Firth.
Tom Ford, surpreende por fazer um filme com temática gay, sem ser exagerado nem ostentar bandeiras desnecessárias no contexto da história que ele em pessoa adaptou do livro "Um Homem Só" que dá título homonimo, em inglês ao thriller que ele mesmo produz(com investimentos do próprio bolso inclusive) e resulta numa obra artísticamente perfeita mas com uns vaziozinhos de prache. O que impressiona mesmo é a trilha sonora, baseada em violinos que perduram pelo filme inteiro e fazem a platéia sentir-se tão triste e perdida quanto a história que passa diante de seus olhos.
No geral, é um filme melhor pros olhos e ouvidos que pro intelecto, mas vence a batalha da qualidade no fim
E esse é o seu trunfo, afinal, quem disse que precisa ser perfeito, quando já é, no mínimo excepcional?!
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